Gênero na Educação em Computação no Brasil e o Ingresso de Meninas na Área - uma Revisão Sistemática da Literatura
DOI:
https://doi.org/10.5753/rbie.2021.29.0.456Keywords:
Meninas, Gênero, Ensino Médio, Computação, Informática, Revisão SistemáticaAbstract
A inserção das mulheres na Computação apresenta desafios que envolvem questões de gênero. Em áreas como a tecnologia ainda é evidente que a atuação feminina é reduzida em comparação ao número de homens. A literatura aponta fatores que atraem e que diminuem o interesse das meninas em relação às disciplinas, cursos e profissões da Computação. Estudos e intervenções que busquem incentivar meninas e jovens para atuar nesta área podem contribuir para aumentar a inserção de mulheres na atuação profissional. O objetivo deste trabalho é analisar fatores relacionados à menor presença feminina em cursos de Computação e quais iniciativas são utilizadas para atrair meninas para essa área. Foi realizada uma Revisão Sistemática de Literatura (RSL) e utilizados os descritores: meninas, alunas, estudantes, ensino médio, ciência da computação, informática, tecnologia da informação, TI. Foram analisados 63 artigos. Os resultados mostram que as meninas do ensino médio ainda não conhecem bem a Computação, há receio quanto aos estereótipos dessa área ser masculina, sobre mulheres serem menos capazes e pouco representadas. Em sua maioria, os trabalhos relataram atividades práticas utilizando diferentes ferramentas, metodologias e estratégias para disseminar informações sobre a Computação e permitir que alunas do ensino médio vivenciem aspectos da área. Prevalece o uso de oficinas e palestras para abordar sobre as profissões da área, trabalhar a história das mulheres na Computação, bem como atividades sobre introdução a programação, desenvolvimento aplicativos e montagem de robôs. Conclui-se que a parceria entre universidades e escolas de ensino básico, principalmente as públicas, permite que as meninas possam compreender melhor as profissões da área da Computação. Isso permite que se visualizem na área futuramente, bem como podem conhecer mulheres estudantes de graduação e profissionais, sentindo-se representadas e empoderadas nesse processo.
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