Autismo e Novas Tecnologias: Reflexões sobre Publicações Brasileiras face às Recomendações Francesas
DOI:
https://doi.org/10.5753/rbie.2020.28.0.528Keywords:
Autismo, Recursos Digitais, Recomendações para Desenvolvimento de Software, InclusãoAbstract
A heterogeneidade dos sintomas no Transtorno do Espectro Autista (TEA) exige intervenções específicas para cada caso. No Brasil, desde 2012, diretrizes do governo foram estabelecidas para garantir a inclusão dessa parte da população, inclusive em escola regular e com o auxílio de tecnologia. Consequentemente, pesquisas acadêmicas e soluções assistivas vêm sendo impulsionadas na academia e no mercado. Por outro lado, a França vem propondo políticas públicas destinadas às pessoas com autismo há mais de duas décadas. Logo, uma análise comparativa dos recursos de Tecnologia Assistiva que vêm sendo desenvolvidos, utilizados e avaliados no Brasil, face às recomendações Francesas é relevante na tentativa de aprimorar e direcionar esforços com base em experiências mais maduras. Neste cenário, foi realizada uma revisão de literatura para mapear a produção científica nacional sobre "Autismo, Educação e Tecnologia", compilando informações de 33 artigos, identificando a predominância de soluções de softwares educativos para alfabetização de crianças com TEA. Em seguida, foi realizada uma análise comparativa descritiva entre as soluções brasileiras identificadas com o relatório disponibilizado pela Fondation Internationale de la Recherche Appliquée sur le Handicap (FIRAH, França), que visa minimizar os problemas e potencializar os ganhos no uso de tecnologia por pessoas com autismo. O estudo revela que embora exista um déficit em insumos técnico-científicos que subsidiem a Engenharia de Software no processo de desenvolvimento e avaliação de qualidade de recursos de Tecnologia Assistiva para pessoas com autismo, a adoção de recomendações pode maximizar a qualidade do software e favorecer uma boa experiência de uso. Como resultado desta pesquisa foram compiladas doze (12) recomendações que visam tornar recursos tecnológicos mais adequados à realidade dos indivíduos com TEA. São exemplos destas: gerenciar (e limitar) o tempo de uso, fornecer atividades com níveis progressivos de dificuldade, apresentar uma interface multimídia e multimodal, permitir personalizar conteúdos e mídias, etc.
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