Autismo e Novas Tecnologias: Reflexões sobre Publicações Brasileiras face às Recomendações Francesas

Authors

  • Yuska P. C. Aguiar UFPB – Campus IV
  • Williby S. Ferreira UFPE – Campus Recife
  • Rafael F. Cordeiro UFPB - Campus I
  • Juliana A. G. Saraiva UFPB – Campus IV
  • Carole Tardif Air-Marseille Université
  • Edith Galy Université Nice Sophia Antipolis

DOI:

https://doi.org/10.5753/rbie.2020.28.0.528

Keywords:

Autismo, Recursos Digitais, Recomendações para Desenvolvimento de Software, Inclusão

Abstract

A heterogeneidade dos sintomas no Transtorno do Espectro Autista (TEA) exige intervenções específicas para cada caso. No Brasil, desde 2012, diretrizes do governo foram estabelecidas para garantir a inclusão dessa parte da população, inclusive em escola regular e com o auxílio de tecnologia. Consequentemente, pesquisas acadêmicas e soluções assistivas vêm sendo impulsionadas na academia e no mercado. Por outro lado, a França vem propondo políticas públicas destinadas às pessoas com autismo há mais de duas décadas. Logo, uma análise comparativa dos recursos de Tecnologia Assistiva que vêm sendo desenvolvidos, utilizados e avaliados no Brasil, face às recomendações Francesas é relevante na tentativa de aprimorar e direcionar esforços com base em experiências mais maduras. Neste cenário, foi realizada uma revisão de literatura para mapear a produção científica nacional sobre "Autismo, Educação e Tecnologia", compilando informações de 33 artigos, identificando a predominância de soluções de softwares educativos para alfabetização de crianças com TEA. Em seguida, foi realizada uma análise comparativa descritiva entre as soluções brasileiras identificadas com o relatório disponibilizado pela Fondation Internationale de la Recherche Appliquée sur le Handicap (FIRAH, França), que visa minimizar os problemas e potencializar os ganhos no uso de tecnologia por pessoas com autismo. O estudo revela que embora exista um déficit em insumos técnico-científicos que subsidiem a Engenharia de Software no processo de desenvolvimento e avaliação de qualidade de recursos de Tecnologia Assistiva para pessoas com autismo, a adoção de recomendações pode maximizar a qualidade do software e favorecer uma boa experiência de uso. Como resultado desta pesquisa foram compiladas doze (12) recomendações que visam tornar recursos tecnológicos mais adequados à realidade dos indivíduos com TEA. São exemplos destas: gerenciar (e limitar) o tempo de uso, fornecer atividades com níveis progressivos de dificuldade, apresentar uma interface multimídia e multimodal, permitir personalizar conteúdos e mídias, etc.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

American Psychiatric Association. (2013). Diagnostic and statistical manual of mental disorders (DSM-5®). American Psychiatric Pub. [DOI:10.1176/appi.books.9780890425596]

Brasil. Lei no 10.764, (2012, December). Disponível em: [Link]

Cordeiro, R. F., Ferreira, W. S., Aguiar, Y. P. C., Saraiva, J. A. G., Tardif, C. & Galy, E. (2018, October). The Brazilian Challenge to Accessibility and Digital Inclusion for People With Autistic Spectrum Disorders, In proceedings of the 17th Brazilian Symposium on Human Factors in Computing Systems (pp. 1-9). [DOI: 10.1145/3274192.3274229].[GS Search]

de Matos Cano, T. (2016). Panorama brasileiro do atendimento a autistas e necessidade da inclusão no censo 2020. Revista de Medicina e Saúde de Brasília, 5(2). [GS Search]

de Paula Nunes, D. R., de Azevedo, M. O. A. & Schmidt, C. (2013). Inclusão educacional de pessoas com Autismo no Brasil: uma revisão da literatura. Revista Educação Especial, 26(47), 557-572.[DOI:10.5902/1984686X10178].[GS Search]

Ferreira, W., Cordeiro, R., Aguiar, Y. P. C., Saraiva, J., Tardif, C., & Galy, E. (2018, October). Panorama das Publicações Nacionais sobre Autismo, Educação e Tecnologia. In Brazilian Symposium on Computers in Education (Simpósio Brasileiro de Informática na Educação-SBIE) (vol. 29, No. 1, p. 913). [DOI:10.5753/cbie.sbie.2018.913].[GS Search]

Fletcher-Watson, S. (2014). A targeted review of computer-assisted learning for people with autism spectrum disorder: Towards a consistent methodology. Review Journal of Autism and Developmental Disorders, 1(2), 87-100.[DOI:10.1007/s40489-013-0003-4].[GS Search]

Firah (2018a). Témoignages des parents, professionnels et enfants autistes sur les usages numériques: Rapport inter-Pays. Projet Autisme & Nouvelles Technologies, Fondation Internationale de la Recherche Appliquée sur le Handicap (FIRAH). [Link]

Firah (2018b). Trucs et astuces: issus des témoignages des parents, professionnels et enfants sur les usages numériques. Projet Autisme & Nouvelles Technologies, Fondation Internationale de la Recherche Appliquée sur le Handicap (FIRAH). [Link]

Garnier, P. (2017). Autisme et Nouvelles Technologies. Revue de littérature sur les questions de l’usage des outils numériques dans l’aide à la communication non verbale et à l’interaction sociale chez les personnes avec des troubles du spectre de l’autisme (TSA).[GS Search]

Grynszpan, O., Weiss, P. L., Perez-Diaz, F. & Gal, E. (2014). Innovative technology-based interventions for autism spectrum disorders: a meta-analysis. Autism, 18(4), 346-361.[DOI:10.1177/1362361313476767].[GS Search]

Kitchenham, B. & Charters, S. G. (2007). Guidelines for performing systematic literature reviews in software engineering. Keele University and University of Durham. Technical Report Ebse-2007-01.[GS Search]

Mello, A. M., Andrade, M. A. & Chen, H. H. (2013). Retratos do autismo no Brasil. São Paulo: Associação dos Amigos do Autista. [Link]

Ministério da Saúde. (2013). Linha de cuidado para a atenção às pessoas com Transtornos do Espectro do Autismo e suas famílias na Rede de Atenção Psicossocial do SUS.[GS Search]

Nascimento, V. N. G. (2016). O acompanhamento terapêutico escolar no processo de inclusão de uma criança autista. .[GS Search]

Nielsen, J. (1994). Usability engineering. Elsevier.

Rios, C., Ortega, F., Zorzanelli, R. & Nascimento L. F. (2015). From invisibility to epidemic: the narrative construction of autism in the Brazilian press. Interface Comunicação, Saúde, Educação, 19(53), 325-35.[DOI:10.1590/1807-57622014.0146].[GS Search]

Rogers, Y., Sharp, H. & Preece, J. (2013). Design de Interação. Bookman Editora.

Santarosa, L. M. C., & Conforto, D. (2016). Educational and digital inclusion for subjects with autism spectrum disorders in 1:1 technological configuration. Computers in Human Behavior, 60, 293–300.[DOI:10.1016/j.chb.2016.02.021].[GS Search]

Story, M. F. (2001) Principles of universal design. Universal design handbook.

Vieira, N. M. & Baldin, S. R. (2017). Diagnóstico e Intervenção de Indivíduos com Transtorno do Espectro Autista. Encontro Internacional de Formação de Professores e Fórum Permanente de Inovação Educacional, 10(1). [GS Search]

Virnes, M., Kärnä, E. & Vellonen, V. (2015). Review of research on children with autism spectrum disorder and the use of technology. Journal of Special Education Technology, 30(1), 13-27. [DOI:10.1177/016264341503000102].[GS Search]

Voltolini, C. (2015). L’utilisation des nouvelles technologies dans la prise en charge de personnes présentant des troubles du spectre autistique. Education.[GS Search]

Arquivos adicionais

Published

2020-10-04

Como Citar

AGUIAR, Y. P. C.; FERREIRA, W. S.; CORDEIRO, R. F.; SARAIVA, J. A. G.; TARDIF, C.; GALY, E. Autismo e Novas Tecnologias: Reflexões sobre Publicações Brasileiras face às Recomendações Francesas. Revista Brasileira de Informática na Educação, [S. l.], v. 28, p. 528–548, 2020. DOI: 10.5753/rbie.2020.28.0.528. Disponível em: https://journals-sol.sbc.org.br/index.php/rbie/article/view/3953. Acesso em: 22 nov. 2024.

Issue

Section

Artigos