Diagnóstico do Ensino de Requisitos Não Funcionais de Software e Experiência do Usuário em Cursos de Graduação em Ciência da Computação no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.5753/rbie.2025.5435Keywords:
Requisitos Não Funcionais de Software, Experiência do Usuário, Engenharia de Software, Interação Humano-Computador, Currículos de Ciência da Computação, Educação em ComputaçãoAbstract
O artigo apresenta um diagnóstico sobre o ensino de Requisitos Não Funcionais (RNFs) e Experiência do Usuário (UX) em cursos de graduação em Ciência da Computação no Brasil. A pesquisa considera o currículo da ACM/IEEE de 2020, os Referenciais de Formação da Sociedade Brasileira de Computação (SBC) de 2017 e o Guia Software Engineering Body of Knowledge (SWEBOK – 3.0), principais referências para currículos de Computação no Brasil. Foram analisados Projetos Pedagógicos dos Cursos (PPCs), planos de ensino e conteúdos programáticos de 44 cursos, abrangendo 62 disciplinas distribuídas entre 24 instituições, consideradas as melhores universidades brasileiras em Computação segundo o Ranking Universitário Folha (RUF) de 2024. Os resultados mostram que RNFs são tratados principalmente em disciplinas de Engenharia de Software, com foco em Segurança, Usabilidade e Desempenho. Subtópicos como Propriedades Emergentes, Tratamento de Erros, Tolerância a Falhas e Propriedades do Sistema Emergente estão ausentes. A UX é contemplada em disciplinas de Interação Humano-Computador, abordando Design de Interfaces, Acessibilidade e Heurísticas de Usabilidade. Subtópicos como Localização, Internacionalização e Robustez do Software recebem baixa atenção. A carga horária predominante é de 60 horas, adequada para conteúdos introdutórios, mas pode ser insuficiente para temas especializados de RNFs e UX do SWEBOK, ausentes nos currículos analisados. Atividades práticas e de extensão realizadas por algumas universidades são valiosas para aplicação do conhecimento. A conformidade dos currículos relacionados a RNFs e UX, em comparação com os referenciais da ACM/IEEE e SBC, é limitada, evidenciando uma lacuna a ser abordada. O estudo evidencia que currículos não integram RNFs e UX, restringindo uma visão holística para o desenvolvimento de sistemas robustos e amigáveis. Conclui-se que há oportunidades para aprimorar os currículos, recomendando uma abordagem interdisciplinar alinhada às diretrizes da ACM/IEEE, SBC e do Guia SWEBOK, fortalecendo a formação técnica dos estudantes e elevando a qualidade dos sistemas desenvolvidos.
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